Tenho medo
Do céu que se fecha
Do Sol e seu feixe
E que a luz revele
E eu me desvale
Que o ramo sem amor
Deixe nú meu vale
E que não valha o andor
Não resvale minha dor
Que seja verde minha cor
E resguarde meu rancor
Uma palavra punhal
Ainda que roxa de tônus
E vontade animal
Me deixa só o ônus
Das águas zodiacais
Das datas sazonais
Dos ventos cardiais
Verte vontade
Falta norte
Verte choro
Ver-te ao sul
Dá saudade azul
Que engulo em coro
De um leste a oeste nulo
E eu no centro
Disfarço rosa
Disfaço prosa
Do ensimesmado
Mudo
Aprisionado
Surdo
Desmaiado
Natimorto destino
Que sem rumo, sem sino
Desagua em foz mínimo
Sem ronronar felino
Sem fim, ínfimo
Sem chance, Sísifo
Nenhum comentário:
Postar um comentário