20 de janeiro de 2022

Asma

Entre o suspiro e a apnéia

Tem você

A faísca que treme

Que queima sem ar

Gota de álcool

De algo nada sútil

Escancarado em quadros

À muitas quadras de mim

Sem respirar

 

Dizem que quem asma, cuida

E eu sem cuidado

Me deixo arder no frio

Do inverno

Do inferno

Que é Leblon

De edredon

Que a sua voz me cobre

E eu sorrio

 

A mão pulsa

A veia treme

E eu te cubro

Te desnudo

Inundo

Do fundo ao início

Um resquício

De azul

E eu mais ao sul

Te aqueço

E esqueço do ar

 

Sonhar

Até mais tarde

No seu colo

No seu corpo

No seu todo

No banho

Que te dou

E ganho

A cidade, que alarde

E a gente covarde

Na tela, na pressão

No amor

No samba

Canção

 

Se afobe não

Nada é pra já

Minha cor

É não parar

De pensar

Sem juízo

Fora de mim

Não te julgo

Mas arquiteto

Teu jogo

Que domino

Sem fim

 

 

 

 

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