16 de novembro de 2021

Frágil Infiel

Da mãe, a intuição
Mundo sem máscara
Sem farsa
Sem graça
E se disfarça
Desfaça a loucura
Que me tomam
E rogam
Para que eu cale

Do pai, o mérito
O cenho tenso
O sonho intenso
E se pretérito 
O lutar por mim
Não chega ao fim
Mas há quem fale

O que do naufrágio é real?
Por que tão simples a dor?
Quem é esse frágil infiel?
Que se perde no amor?

Da vida
Andor sem cuidado
Plantar sem arado
Andar não curado
Mas o fado
Da vontade
Da cicatriz
Da idade
Do sonho em giz

De mim, vendaval
Na janela do quintal
Da cadeira lateral
A vida no varal
Com desejos
Frouxos
Roupas e trouxas
Choro chocho 
Sem entender quem diz

O que do naufrágio é real?
Por que tão simples a dor?
Quem é esse frágil infiel?
Que se perde no amor?

Inocência non sense
Decadência que sente
Insano senso
Que invento imenso
Paz
Decência
Ciência 
Ciente e carente
Que desfaz
A graça
O sonho
O fado
O varal
O amor

Nenhum comentário: