14 de janeiro de 2025

Superficial

O vento leva o antigo
Seu amar é marasmo
E você maré mansa
Eu maremoto e sarcasmo
Que a margem não alcança 
Mas nesse sarrafo do destino
Só o porvir traz orgasmo
Já que navega sem tino

O que já é, desatina
A raiz volta pra cima
Um Deus sem povo
A história perde rima
O peso do novo
Loura toda serpentina

Palavra desafina
Troca de linha
Perde semântica 
Desbaratina
Contradição na rinha
Destruição quântica 
Luz que afina
Teoria sem pragmática 
Fé não dogmática 
Luta sem estamina 

A novidade finda
O que a tradição finca
Desmerece a pivotante
Porque a flor é pra fora
Mas o superficial é cintilante 
Pois o profundo ignora
O que foi perde a força 
O que doi pede forca
Crescer nada mais é 
Do que soltar
O que não te quer

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