Vai ter sempre um dia
Um sol, um lírio, uma liraUma dança muda, tardia
O balanço manso, uma gira
Vai ter sempre sorriso
Um beijo lento e liso
Último abraço conciso
Podar memórias sem aviso
Uma palavra que se vai
Um olhar que se distrai
Um canto que não sai
Uma ficha que não cai
Mar virando lembrança
Um poema que se cansa
Um adulto sendo criança
A mão não mais alcança
A gente não muda a página
A gente só fecha o livro
Bom dia perde a mágica
Cabeça perde abrigo
Já velho mais uma lástima
Outro encontro que não vibro
Outro café, outra lágrima
O amor vira castigo
Novamente a luz sobe
Reflete a estrela que me vê
A chuva assobia e encobre
Não existe amar em essepê
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