1 de novembro de 2024

Lago

Meu eu de si
Sobra soberano
Majestade inflamada
Do ente querido, nada
Pétalas rasgadas
Pano que vela a estrada
Estreita floreira queimada
Há anos abandonada
Se revela mandala
Se desvela desapaixonada

Olho pro lado
Olho pro lago
Repara o lodo
Repara o outro
Repete a gente
Engodo
Carrega a frente
E mente
Uma verdade de fim
Uma notícia de mim
Convoca um fronte
Cerra a fronte
Invoca um mote
Muda o plot
E longe da marina
No intervalo da retina
Enamora a solidão

Escorre pela mão
Vento, flor, um não
Buraco no peito, vão
Esvazia invasão
Caminha rasteiro
De grão em grão
Festeja sorrateiro
Hora parte, hora inteiro 
Sem solução
Sem eira, nem beira
Conclusão 

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