Vamos esperar o quê?
O rancor embasar o vento
E a circulação ser assim ódio?
A fadiga domar o meu intento
Sendo eu o dono do ócio?
Na janela você não sobe
Na escada você não passa
Tento decifrar parcos sinais
Mas minha ansiedade fode
Em nada disso há graça
Displicente, sofro mais
Vou eu entender quanto?
Deste mundo avesso
Por que dilacero-me tanto?
Se logo, logo me esqueço
Prostrado eu analiso
Sentencio a minha insensatez
Na ausência revitalizo
A minha lucidez
Momentos assaz fastigantes
Em cenário, pasme, cego
Eu não sou nada de antes
Permanece ferido meu ego
Vou eu continuar a sofrer?
O filme passa na mesma bandeja
Há nos meus olhos algum você?
A autópsia se dará nessa mesa
Será ponto final neste entardecer?
Relevante minha braveza
Um ‘não-há’ se estabelece
Nada mais me entristece
E você, não vem mesmo com prece?
Nenhum comentário:
Postar um comentário