Na trilha zero da minha mente um pedaço de pano escreve agora o que nele perdurava inscrito. Uma noite, um dia a mais além dos outros trezentos e sessenta e seis e tudo volta ao seu lugar.
Como se eu aprendesse novamente dar o devido nome as coisas. Reiterar que só é verdade o que sinto quando compartilhado. Na distância entre o antes e o que sobra, estou eu, em pedaços ruídos de papel carbono, sem copiar o passado.
Se das palavras que me antecipam sou vítima, dentre todos os espasmos, do meu coração me faço algoz. Maldito teatro que de tanto ensaiado cai no esquecimento e me faz crer em todas as sentenças como se assim permanecessem proferidas pela exata primeira vez.
De palco em palco faço cenário o coração e palpita forte as chances que de longe vejo. Cada platéia que aplaude me impele em reinventar isso que não tem nome. E banhar de melodia os dias que me afagam tal e qual o primeiro banho de criança com umbigo prestes a cair. E desse umbigo sem fundo brotam as mais distintas sensações que da espinha descem a terra e me desequilibram.
Na conectividade do efêmero, faço da hora errada meu show. E da sensibilidade atroz de suas pupilas me desenho inteiro como num deleite de imaginário mundo e assim espero meu destino mais que perfeito do pretérito apagado e do presente sonhado.
Espero por seu toque, sua brisa e sua calma. E que em seu sopro me voltem as horas que dei plantão dos meus problemas. E que vivi nos meus dilemas. Não sou daqueles que anseia a próxima saída, nem uma bifurcação a mais na hora de decisão acirrada do resto da vida. Só me permita comer mais um pedaço de torta e dormir no balcão para que na hora do carma, regresse-me seus beijos.
E se eu decidi pelo caminho mais longo, foi para que do outro lado da rua estivesse você, sem mais e nem um dia a menos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário