É como encarar a tela e dizer o que mais sufoca seu pensar e assumir ao espectador essa verdade Bergman da vida.
Tira o xadrez da estante e jogo os seus dados para o destino propor novamente a mais longa das noites não dormidas, em prol de mais uma saudade que não apazigua.
E quando pinto todas as cenas que foram e seriam na exceção daquilo que vendi a mim mesmo como proteção, perco toda a esperança de crer naquilo que esqueci de confiar.
Nem meu discurso pronto e refeito me acalma, mesmo em meio ao mesmo caminho que acho que percorri em algum dia chuvoso. Da sensação da água não me lembro, só da lama. Lava, minha memória, minha vida, minha língua, meu dia.
Essa minha memória suja anseia que se for pra ser, que seja tudo então. Este é o problema. Depois de tudo ainda querer tudo.
Afinal, não quero soltar para esperar voltar, quero agarrar as chances que eu tenho de me lançar ao vento da janela do carro e toda a alegria contida em si.
Eu acho que sei, enfim, o que querer. Mas é assim, de novo e de repente: quem me quer bem? Será que é quem eu queria? Será que me quererá? Que me quer?
Bem eu quero quem me quer. Disso sei.
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