Olha está chovendo na roseira
Estão vendendo nossas estrelas
Desmontando nosso país
Fenecendo a gentileza em gris
Vestido estampado não cabe
Num apartamento perdido na cidade
Que eu quero botar fogo
Pois adoeci do seu jogo
A dor se profana
O arrepio no umbigo
Um gesto à paisana
Remove o contigo
Desafeto é uma caravana
Que foge do abrigo
E da seiva do sentir
A dúvida do valor
Enquanto quem mentir
Se apraz do rigor
O egoísmo pivotante
Árduo de nomear
E a incapacidade desejante
Do outro desimportar
Ou talvez seja falácia
Que o afeto é farto
De fato a extroversão é fumaça
Pra um sentimento escasso
Há boas intenções nas prisões
Há obviedade no esforço
Sua mente tem mais grilhões
Que o escuro do meu poço
Posso e quero a milhões
Profundidade, sonhos e alvoroço
Minha calma não tem medo do amanhã
Enquanto a sua intensidade se envaidece
A felicidade é superfície não-ansiã
Que camufla a dor que não amadurece
Enquanto que se me empurra do abismo
Ou tenta me morrer
Não temo, pois voo em todo meu sufismo
E daquilo que você não soube ver
Amo renascer
Se a luz que sobe às estrelas
Antes me vê
Talvez seja o amor apenas centelha
Em SP
Porque o exercício artífice de escrita nada mais é do que a união entre lembranças, crenças e ponto de vista...
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