31 de janeiro de 2014

Sentido

Não sei se de mim me calo ou na calada da noite desperto a falar.
A fala que tanto procuro ou o ruído que falta ao vedar o que ainda não escutei.
Escuta o que tenho a ver, mas não vê o que de fato falo.
São sentidos que me deixam órfão.
É talvez por que não vejo todas as cores do arco íris, que erro o tom da música.
Ou o tom da piada que rí do lado esquerdo, como se soasse de um órgão.
E não ouço mais o que há de trás de sua íris que é, senão, tudo o que cheiro.
Não toco mais o violão com a palheta de cores que achava conhecer.
Mas conheço todas as dores e pinto tudo o que não sinto ser.
E o que não sei sentir.

Nenhum comentário:

Postar um comentário